Escolhas

Quando o autor aos Hebreus nos convida a “acampamento, levando a mesma desonra que ele suportou” (v. 13), ele não está sendo poético ou metafórico, está sendo literal: seguir Jesus genuinamente significa estar disposto a ser rejeitado pelo mundo, perder amizades, reputação, segurança financeira e até mesmo a vida. Significa abraçar uma identidade que é radicalmente diferente da identidade que a cultura nos oferece. Muitos cristãos modernos não compreenderam isso, e por isso vivem em uma ilusão perigosa: a ilusão de que podem ser cristãos sem pagar o preço.

Mas há uma verdade que transforma tudo. Quando Jesus sofreu “fora da porta”, Ele não estava apenas pagando o preço pelos nossos pecados, estava nos mostrando o caminho. Ele estava dizendo: “Este é o caminho que Eu percorri. Este é o caminho que Meus seguidores devem percorrer”. A diferença é que Ele o percorreu sozinho, carregando o peso de toda a humanidade. Nós o percorremos em comunhão com Ele, sustentados pela Sua graça e fortalecidos pela Sua presença.

A tentação que assombra a Igreja moderna é a de tentar negociar com o mundo. Queremos ser cristãos, mas também queremos ser aprovados. Queremos a salvação, mas também queremos a segurança. Queremos o Evangelho, mas sem o escândalo. Queremos a Cruz, mas sem a injúria. Essa negociação é impossível. Você não pode servir a dois senhores, não pode beber do cálice de Cristo e do cálice do mundo – em algum momento, você terá que escolher. E, quando escolher Cristo genuinamente, o mundo o rejeitará. Isso não é uma possibilidade; é uma certeza!

Contudo, há uma promessa que nos sustenta nessa rejeição. O texto nos diz: “Não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a que há de vir”. Essa frase é a chave que abre a porta da liberdade verdadeira, pois você compreende que a sua segurança não está aqui. Você é liberto da necessidade de ser aprovado aqui, porque sabe que a sua cidade é eterna (Hb. 13:13): você pode perder tudo aqui e ainda ter tudo lá. Os mártires compreenderam isso. Eles foram queimados, despedaçados, exilados, mas morreram com alegria, porque sabiam que estavam indo para uma cidade que não pode ser destruída!

Portanto, amados, façamos a escolha que Cristo nos oferece. Não é uma escolha fácil, nem uma escolha que a própria cultura nos encorajará a fazer – mas é a escolha que nos liberta! Saiam do arraial. Saiam da conformidade. Saiam da ilusão de que podemos encontrar uma cidade permanente aqui. E quando saírem, levem a afronta de Cristo com honra, sabendo que estão caminhando para uma cidade cujo arquiteto e construtor é Deus. Lá, toda lágrima será enxugada, toda dor será curada, e toda fidelidade será recompensada. Essa é a esperança que nos sustenta. Essa é a glória que nos aguarda!

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